Sorte
Tardio
ainda assim
eu
me invento
Vozes
chegam
de
outro tempo
e
devolvem
meu
silêncio
Nele
calo o medo
e
todo o corte.
Marghe(rita)
Não
valem os dias
além
dos corações
que
neles batem
São
caminhos
Essa
única vista
me
verte o sim
Você
fala por ela
e
repete as imagens
A
porta que abre
verdeja
e
floresce
para
dentro do corpo
história
maior
do
que antigas lembranças
Do
teu nome,
margaridas
nascem sobre a lava.
Hora
desmarcada
I
Quando
chegou
estava
de saída
já
não era cedo
para
querer
era
tarde
para
o desejo
II
As
legendas
quase
claras
as
leituras
turvas,
trocadas
III
Arremesso
de
som
arremedo
de
ar
IV
Desde
antes
no
topo
da
queda
desencanto
e
medo.
Miragem
Somos
ficção
Simulamos
o invisível
e
a imagem
no
reflexo
do
espelho – ali nada há
como
nada somos
Onde
encontrar
a
verdade
ou
a real essência
desses
fantoches
de
nós mesmos
se
os mistérios
não
estão em lugar
mas
no que mais fundo
escondemos?
Alberto
Bresciani
Rio
de Janeiro – RJ (1961)
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