terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Araripe Coutinho



Como alguém que nunca esteve aqui


I

Espero como quem assina o nada
Na face de Deus. É minúscula a centelha, mas ilumina
O mundo. E pode o teu calor trazer
A febre, esses anos todos de rica
Agonia. Tua espera, teu exato momento
De pôr fim a todas as coisas. Ao homem
Que me roubaste a saliva, ao quase ateu
De mim.

E ainda que eu revele o nome do rei
É certa a vaga e o limo. Atrás de tudo
Que sei revela o quanto te chamo.
Um barco, algumas caravelas e ele
O marinheiro, o único. O meu.


Araripe Coutinho
Rio de Janeiro - RJ (1968)

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