Vacuidade
I
e olho a rodoviária...
(sempre esperas e despedidas)
percebo, no meu olhar de espanto,
o arrepio que faz a minha alma
que neles é ausência
... inexistir.
II
caminho...
gentes e gentes por mim passam
(deserto que me acompanha)
em diabólicos pensares
cada rosto é, a princípio,
este Deus que me abandona.
III
é sempre essa mesma fagulha,
a vida...
sempre esse não sei o quê
que me tortura.
IV
o tempo...
não adianta falar dele
não há propriedade, só certeza
de sua constância e indiferença
todo tempo
como a rodoviária
é sempre um eterno adeus.
V
e cada solidão é
assim
o plágio da morte
espera e ira
no itinerário inseguro...
Nívia Maria Vasconcellos
Feira de Santana - BA (1980)
Belíssimo!
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