quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Nívia Maria Vasconcellos

Foto/Divulgação: Alexandro Gesner

Vacuidade


I

e olho a rodoviária...

(sempre esperas e despedidas)

percebo, no meu olhar de espanto,
o arrepio que faz a minha alma
que neles é ausência

... inexistir.


II

caminho...

gentes e gentes por mim passam
(deserto que me acompanha)

em diabólicos pensares
cada rosto é, a princípio,

este Deus que me abandona.


III

é sempre essa mesma fagulha,

a vida...

sempre esse não sei o quê
que me tortura.


IV

o tempo...
não adianta falar dele

não há propriedade, só certeza
de sua constância e indiferença

todo tempo
como a rodoviária
é sempre um eterno adeus.


V

e cada solidão é
assim
o plágio da morte

espera e ira
no itinerário inseguro...


Nívia Maria Vasconcellos
Feira de Santana - BA (1980)

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