quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Idalina de Carvalho



silêncio


sim
sou
sua

aquece
sacia
sossega-me o cio

suga
sorve a seiva
dessa sua serva

sobe ao céu
em sussurros
espasmos

sim
sou
sua



quietude


grávidos nos olhos do poeta
poemas jamais escritos
resistem suaves
em estado de semente

os olhos do poeta
poema mudo
que o homem do mundo
ainda
não sabe ler


Idalina de Carvalho
Cataguases – MG (1960)

Um comentário:

  1. Obrigada pela atenção aos meus experimentos poéticos, José Inácio.
    Estar ao lado de poetas tão representativos da poesia contemporânea brasileira, é uma honra pra mim.

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