Foto/Divulgação: Petronio Cinque
Herculano
Estranha manhã em Herculano,
Nos entrelaçamos como uma aranha.
Temos todo o tempo e o tempo é curto,
Em um minuto o passado elabora
O museu do futuro.
Podemos ainda amar a casa,
Encher as taças,
Inventar algum desejo pequeno
Com ares de importante.
Qualquer disparate
Nós podíamos, se quiséssemos,
Uma fresta de esquecimento
Onde tudo condensa memória.
Preferimos o momento ele puro, de calcário,
A fina arte da escultura.
Pouco importa a cara sufocada,
O corpo flagrado na posição do susto.
Passará a tempestade de pó,
A febre arreganhada passará, o escuro.
Não passará minha solidão socorrendo a tua.
Mariana Ianelli
São Paulo – SP (1979)
Belo canto, em Herculano, Mariana! Ao embalo do lirismo, as enumerações, do início, e a gradação descendente, ao final, sulcando profundamente os sentimentos. Ficou muito bem construído, Mariana. Adorei!
ResponderExcluirFaço parte da comissão editorial do Jornal Poesia Viva e gostaria de convidá-la a participar de um dos próximos números. Já existe há 15 anos e o atual, de número 44, encontra-se online. Caso você queira conhecê-lo melhor, poderia enviar-lhe alguns números já publicados. Meu e mail é leamadureira@hotmail.com
Grande abraço, Léa Madureira Lima