Foto/Divulgação: Ricardo Prado
Invenção da Poesia
Para Gerardo Mello Mourão
Pele vestida, distribuída e refeita,
parto para o princípio do labirinto.
Parto e principio o labirinto.
Na sua duração se abre o círculo
do espanto.
(Onde o centro? Que duração?).
Musa, teu vestido tem os novelos
da formosura!
O partir desenrola a ausência
e a pausa para o instante se cumpre.
De meu bergantim de ouro eu te informo
um sorriso.
Musa, é sempre a plena estrela
que tem a cauda dos rouxinóis
e que traz a curva da tua sombra.
Em teu ponto começa a extensão do mar,
e teu ponto guarda o profundo início.
E parto,
que a peripécia não é chegar,
que o coração só tem um fim:
ao som do coro das sereias
cantar o ciclo da origem.
José Inácio Vieira de Melo
Olho d'Água do Pai Mané - AL (1968)
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