Dejanira
Eu sonho com um centauro
Toda noite.
Este monstro me beija
E me escouceia.
Galopamos no escuro
Todo o tempo,
E o tempo é o oceano
Sem fronteiras.
Ele me bate com as patas
E me sacia
Com seus dedos de fera
E de argonauta.
Ora durmo em seus braços,
Ora navego
Ao som cadenciado
De seus cascos.
Às vezes ele me acorda,
Outras me embala
E rasga com seus dentes
Minha carne
E bebe do meu sangue
E me açoita
Com o vento de sua cauda.
E enfim, quando exausta
Eu desfaleço
Na cama ensangüentada,
Ele deita ao meu lado
E lambe as chagas.
Myriam Fraga
Salvador – BA (1937)
Eu sonho com um centauro
Toda noite.
Este monstro me beija
E me escouceia.
Galopamos no escuro
Todo o tempo,
E o tempo é o oceano
Sem fronteiras.
Ele me bate com as patas
E me sacia
Com seus dedos de fera
E de argonauta.
Ora durmo em seus braços,
Ora navego
Ao som cadenciado
De seus cascos.
Às vezes ele me acorda,
Outras me embala
E rasga com seus dentes
Minha carne
E bebe do meu sangue
E me açoita
Com o vento de sua cauda.
E enfim, quando exausta
Eu desfaleço
Na cama ensangüentada,
Ele deita ao meu lado
E lambe as chagas.
Myriam Fraga
Salvador – BA (1937)
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