Deslimites 10
(Taxi blues)
eu sou o que mataram
e não morreu,
o que dança sobre os cactos
e a pedra bruta
– eu sou a luta.
o que há sido entregue aos urubus
e de blues
em
blues
endominga as quartas-feiras.
– eu sou a luz
sob a sujeira.
(noite que adentra a noite e encerra
os séculos,
farrapos das minhas etnias,
artérias inundadas de arquétipos)
eu sou o ferro. eu sou a forra.
e fogo milenar dessa caldeira
elevo meu imenso pau de ébano
obelisco as estrelas.
eh tempo em deslimite e desenlace!
eh tempo de látex e onipotência!
leito de terra negra
sob a água branca,
eu sou a lança,
a arca do destino sobre os búzios.
e de blues a urublues
ouço a moenda
dos novos senhores de escravos
com suas fezes de ouro
com seus corações de escarro.
eh tempo em deslimite e desenlace!
eh tempo de látex e onipotência!
Eu sou a luz em seu rito e sombras
– esse intocável brilho.
Salgado Maranhão
Caxias – MA (1953)
(Taxi blues)
eu sou o que mataram
e não morreu,
o que dança sobre os cactos
e a pedra bruta
– eu sou a luta.
o que há sido entregue aos urubus
e de blues
em
blues
endominga as quartas-feiras.
– eu sou a luz
sob a sujeira.
(noite que adentra a noite e encerra
os séculos,
farrapos das minhas etnias,
artérias inundadas de arquétipos)
eu sou o ferro. eu sou a forra.
e fogo milenar dessa caldeira
elevo meu imenso pau de ébano
obelisco as estrelas.
eh tempo em deslimite e desenlace!
eh tempo de látex e onipotência!
leito de terra negra
sob a água branca,
eu sou a lança,
a arca do destino sobre os búzios.
e de blues a urublues
ouço a moenda
dos novos senhores de escravos
com suas fezes de ouro
com seus corações de escarro.
eh tempo em deslimite e desenlace!
eh tempo de látex e onipotência!
Eu sou a luz em seu rito e sombras
– esse intocável brilho.
Salgado Maranhão
Caxias – MA (1953)
Navegando por ai,cheguei por aqui.
ResponderExcluirE,de cara, topo com Salgado Maranhão, poeta o qual tenho profunda admiração e carinho.
Belo blog, vou ficar por aqui, desvendando.
Não achei a opção seguir, uma pena.
Deixo um carinho meu,eu,que nem poeta sou.
bjo
INTRADUZÍVEL
milene sarquissiano
Toda linha é pouca
se a razão é louca.
Não cabe no verso
o tamanho do amor.
Perde-se de vista;
o olho não alcança.
Não cabe no verso
qualquer explicação.
O amor é uma língua
que só a nossa boca
sabe a tradução.